“A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.”

16 de junho de 2008

Sernancelhe - Portugal

Igreja Matriz
A Igreja Matriz, é o mais significativo monumento da vila. Foi construida em fins do Século XII (1172 data inscrita num silhar da cabeceira). O traçado românico, genuíno e purificado, está presente na singular cachorrada que envolve a capela-mor com uma iconografia obediente aos esquemas do tempo, na cercadura de esferas que percorre as empenas da ábside, nas multiplicadas siglas e na originalidade do pórtico, constituído por três arquivoltas (simples as exteriores, a do centro formada por uma teoria de dez arcanjos de asas abertas). De um e outro lado do portal abrem-se dois nichos cada um ocupado por três figuras, sob um dossel, tão fortemente impressivas que nos esquecemos a olhar, a divinhar o seu mistério, a celebrar a sua missão de apóstolos . A torre sineira, de planta quadrangular, ostenta a data de 1636, época de grande remodelação no corpo da igreja. O interior da igreja é um espaço museológico privilegiado. A talha de muitos altares, um corpo de imaginária ímpar de qualidade, a existência de duas tábuas pintadas pelos meados do século XVI (Degolação de S. João Baptista e Anunciação) e de telas setecentistas, um provável capitel visigótico utilizado como pia de água benta, a presença de pintura a fresco nas faces do arco cruzeiro onde se apresenta Nossa Senhora do Rosário (Direita) e Santa Margarida (esquerda) datando certamente ainda dos fins dos séculos XIV, a força do túmulo quatrocentista com belíssima inscrição gótica, sob o arco sóbrio de capela lateral, as ricas alfaias litúrgicas .


O Pelourinho eleva-se sobre quatro degraus octogonais de talhe liso. O fuste também com uma forma octogonal nasce a partir de uma pequena base quadrada, com pouca altura, vindo a tomar a expressão octógona pelo chanframento das quinas. Na parte superior do fuste existe uma cercadura de tríplice moldura constituída por um listel de pouca altura, de forma plana, assim como possui uma barrinha de duplo filete. A gaiola possui oito colunetos situados nas suas oito quinas. São peças bem delineadas na sua forma cilíndrica e possuem afeiçoamento inferior lavrado e mais encorparado no primeiro terço da sua altura, são decorados por dois anéis. No segundo destes anéis eleva-se o pináculo esférico motivado com espiras. O pináculo que pousa na cúpula é constituído por uma ligeira gola de dois bordos onde assenta o pomo superiormente afeiçoado em gomos.


Solar dos Carvalhos



Solar dos Carvalhos, situa-se por detrás da igreja Matriz de Sernancelhe. É uma fidalga moradia dos meados do séc. XVIII mandada levantar por Paulo de Carvalho, tio do Marquês de Pombal, ao pé das ruínas da antiga casa. A arquitectura do solar, que constitui um dos belos exemplares a reflectir uma feição barroquizante no tratamento de alguns elementos decorativos, distribui-se por dois corpos quase simétricos unidos por uma capela de gosto rococó, com a característica concha dourado da cantaria e a brancura dos panos de muro caiados. Possui na fachada principal um brasão de armas, que além das armas dos carvalhos parece documentar a origem de alta clerezia, a que pertencera o proprietário e mandante. Este solar foi construído em parte sobre as ruínas da casa onde viveu parte da sua infância o Marquês do Pombal.

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