“A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.”

6 de março de 2009

As cepas estão nuas...


Os olhos da vide choram
lágrimas, de seis a seis:
também os meus olhos choram…
a causa, bem na sabeis!

A velha casa...


Sobre a velha casa

"Quem disse que eu me mudei?
Não importa que atenham demolido:
A gente continua morandona velha casa em que nasceu"
Mário Quintana

O velho casario...

O Caminho


"CAMINHANTE, NÃO HÁ CAMINHO,
O CAMINHO É FEITO AO ANDAR.
AO ANDAR SE FAZ O CAMINHO
E AO OLHAR PARA TRAZ,
SE VÊ A SENDA QUE NUNCA
SE VAI VOLTAR A TRILHAR.
CAMINHANTE NÃO HÁ CAMINHO,
SOMENTE RASTROS NO MAR"

Antonio Machado

Igreja de S. Salvador - Carrazeda de Ansiães - Portugal

Igreja de S. Salvador - Carrazeda de Ansiães - Portugal


Monumento Nacional pelo Decreto 14 985, DG 28, de 03/02/1928 - Intra-muros.
A igreja de S. Salvador constitui "uma verdadeira jóia" da arquitectura românica.Constitui-se por dois corpos: nave e capela-mor. Mas a sua originalidade reside fundamentalmente no tímpano "Pentocrator" do portal principal cuja iconografia de "cristo em majestade", constitui o mais complexo exemplar do românico português.O portal é constituído por quatro arquivoltas plenas, assentes em oito capitéis com decoração zoomórfica e antropomórfica, que enquadram o tímpano de figuração mais canónica de todo o românico nacional: apresenta-nos o Cristo em Majestade, rodeado pelo tetramorfo, representado com alguma liberdade mas com os símbolos dos evangelistas nas posições hierarquicamente correctas: o anjo de S. Mateus (à direita) e a águia de S. João , acima, respectivamente, do touro de S. Lucas e do leão de S. Marcos, ambos alados. No seu conjunto seguram a mandorla mística, dentro da qual Cristo se encontra entronizado, na convencional posição de bênção, mão direita erguida com os dedos indicador e médio esticados, enquanto a mão esquerda segura o Livro Sagrado. Rodeando o tímpano, na segunda arquivolta do portal, estão representados os apóstolos, embora de forma incompleta, pois apenas se encontram nove, dois dois quais facilmente identificáveis pelos seus atributos: S. Pedro e S. Paulo. Mais problemática é a identificação das duas personagens em ambos os lados do arranque desta arquivolta: do lado esquerdo teremos talvez Judas, carregando ao colo o demónio, o preço da sua traição a Cristo; do lado oposto aparece-nos um ancião, numa escala superior a todas as outras figuras, e transportando um livro de formato quadrado. Será talvez Moisés, e o "livro", as Tábuas da Lei.Esta arquivolta delimitaria assim um percurso simbólico, que vai desde o percursor dos Mandamentos ao percursor da Paixão de Cristo, que não é mais que o primeiro passo para a salvação da humanidade.Na nave do templo rasgam-se duas portas laterais, revelando-se a voltada a Norte de uma fraca exuberância decorativa. Aqui o único elemento digno de realce é a cruz vazada que se abre no seu tímpano. O mesmo não acontece com a porta virada a Sul, estilisticamente mais rica. São de realçar o arco cairelado e os seus capiteis e impostas cujo recurso a uma decoração de cariz marcadamente geometrizante denunciam influências do românico de Entre Douro e Minho.No interior, o arco triunfal que divide a capela-mor do corpo principal do edifício revela-se igualmente enriquecido com uma decoração que faz fundamentalmente recurso a motivos decorativos geométricos, evidenciando algumas influências do românico da Sé de Braga.Pelas características decorativas e tendências iconográficas patentes na igreja de S. Salvador de Ansiães, tem-se cronologicamente situado a sua edificação por volta do séc. XII. Tais paralelismos analíticos permitem constatar que existem algumas afinidades entre este templo e o templo de S. Pedro de Rates ou Travanca, por exemplo. No entanto, no caso de S. Salvador, quer o seu tímpano, quer o conjunto decorativo que constitui o seu portal ocidental, não apresentam quaisquer afinidades ou paralelos temáticos no panorama do românico português , tratando-se assim de um conjunto único, cuja beleza a transformam numa verdadeira jóia da arquitectura medieval portuguesa.Em 1431 encontrava-se arruinada, mas em 1447 procedeu-se à sua reconstrução e, embora o gótico fosse então o estilo dominante, foi com as primitivas formas que foi reedificada. Com o declínio e abandono da vila de Ansiães, a igreja foi igualmente abandonada e ficou em ruínas. Entretanto restaurada, constitui um dos principais motivos de interesse do concelho de Carrazeda de Ansiães.
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