“A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.”

24 de maio de 2008

Sé Catedral de Viseu - Viseu - Portugal






Sé Catedral de Viseu
“A Sé Catedral, entendida no seu todo revela-se como um harmonioso conjunto, resultado de sucessivas intervenções de diferentes construtores, que na estrutura da igreja deixaram as marcas do seu tempo. A base arquitectónica da Catedral remonta aos séculos XIII-XIV, em estilo Românico-Gótico, tendo-se arrastado a construção por vários séculos. A sua estrutura de planta latina, cujos muros dos braços desiguais ainda subsistem, sustentados por robustos contrafortes, traduz essa linguagem, de um românico tardio e evocativo. Numa das mais “compostas” praças de Portugal, impõe-se a fachada principal, onde se pode ler o vocabulário românico na antiga Torre do Cartório, hoje Torre do Relógio. A outra torre, chamada Torre dos Sinos, adjacente ao Museu de Grão Vasco, é apenas uma evocação desse tempo, uma reedificação que substitui a inicial, que ruiu devido a um forte temporal em Fevereiro de 1635. O corpo central da fachada que hoje se pode contemplar (substitui frontispício manuelino que existiu até 1635), é fruto do labor do arquitecto João Moreno, cujo nome está ligado à cidade de Salamanca. A linguagem arquitectónica utilizada tem inspiração nos retábulos maneiristas, de vocabulário sóbrio e equilibrado, dividida que está a fachada em três registos horizontais, onde se rasgam 6 nichos que albergam as imagens dos 4 Evangelistas, de S. Teotónio (ao centro) e no registo superior, a imagem de Nossa Senhora da Assunção. Interiormente, é um espaço que convida ao recolhimento e a uma comunhão mais perfeita com a divindade, uma vez que a mística de outros tempos continua presente, apelando aos sentidos. Compõe-se o interior de três naves, onde cada tramo é definido por volumosos pilares com colunelos adossados, interrompidas pelos braços do transepto e pela leitura da capela-mor, feita em profundidade. A cobertura das naves é conseguida por uma das mais peculiares e emblemáticas abóbodas assim construídas, a chamada “abóboda de nós”, terminada em 1513 e mandada fazer por D. Diogo Ortiz de Vilhegas. A capela-mor, modificada no século XVIII, recebeu então o retábulo de estilo joanino, um magnífico labor de talha, com uma linguagem rica e exuberante. Um espaço com uma ambiência barroca que é completado com o esplêndido cadeiral de pau-preto e castanho dourado, cujo risco se deve a Gaspar Ferreira. O tecto da capela-mor é em abóboda de berço, de tijolo, pintada em grotesco. Do século XVIII são ainda os altares colaterais, que possuem magnifica imaginária de madeira e os dois púlpitos gémeos, que se encontram na nave central. No topo desta, foi recentemente colocado um novo altar, da autoria do Arquitecto Luís Cunha. No século XVIII foi reformada e azulejada a sacristia, de 1574. Acostado à face sul da catedral, o claustro inferior, (designado de claustro de D. Miguel da Silva), data do século XVI e é uma das mais exímias construções desse tempo, um espaço amplo e humanizado; só no século XVIII é que a galeria superior foi acrescentada, aberta através de colunas em estilo dórico e com cercadura de balaustrada de pedra. Este claustro superior dá acesso à Varanda ou Passeio dos Cónegos, com traço arquitectónico à italiana, nacionalidade do seu autor Francesco Cremona. Merece referência, pela beleza e cronologia, um curiosíssimo portal Românico-Gótico, que existe no topo oriental da ala norte do Claustro (inferior) e que liga ao corpo da igreja. Foi posto a descoberto em 1918, e assim se pode contemplar o portal, constituído por quatro colunas de cada lado, sustentando as arquivoltas de granito dourado mesclado com um toque de sanguínea, e decorado com bolas e folhagem estilizada. Sobre os capitéis figuram peculiares aves, com simbologia inerente. Na parte superior deste portal está um pequeno nicho com escultura de pedra da Virgem com o menino. Neste espaço de oração e contemplação, existem ainda várias capelas, que acolhem diferentes devoções.

Viseu - Portugal




Museu de Grão Vasco

Descrição:
Contíguo à catedral, do lado norte, fica um majestoso edifício em granito, o antigo Paço dos Três Escalões, actualmente Museu de Grão Vasco. A sua principal colecção é constituída por um conjunto notável de pinturas de retábulo, proveniente da Catedral e de igrejas da região, da autoria de Vasco Fernandes (c 1475 – 1542), o Grão Vasco. Nesta galeria expositiva constam também preciosos óleos e desenhos do grande Columbano, as telas de mestres como Malhoa, Alfredo Keil, Soares dos Reis, Bonvalot, Marques de Oliveira, António Carneiro, Silva Porto, António Ramalho, Sousa Lopes…; são dezenas e dezenas de outros tantos artistas nacionais e até estrangeiros, como Madrazo e Benlliure. O Museu de Grão Vasco tem ainda miniaturas, porcelanas, mobiliário, estofos, esculturas, jóias, numismática e outros primores e preciosidades de Património Nacional.

Serviços:
Acolhimento (Loja e Cafetaria/Restaurante) • Exposição permanente • Serviços Educativos

Horário:
3ª Feira – 14:00h – 18:00h 4ª Feira a Domingo 10:00h – 18:00h

Dia de Encerramento:
À Segunda e nos feriados de 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro

Preços:
Bilhete normal – 3,00 euros Descontos: Cartão-jovem – 1,20 euros Jovens (15 – 25 anos), Reformados, Professores de qualquer grau de ensino – 1,50 euros Bilhete de Família (famílias com 2 ou + filhos) – 50% de desconto sobre o preço do ingresso de um dos pais acompanhantes Isenções: Entrada gratuita aos Domingos e feriados até às 14:00 Membros da APOM, ICOM, Academia Nacional de Belas Artes, Academia de Ciências e Academia Portuguesa de História (devidamente credenciados), Mecenas institucionais (nos respectivos museus), Membros das Associações dos Amigos de Museus (nos respectivos museus), Funcionários e Serviços dependentes, Crianças até aos 14 anos, Professores e Alunos integrados em visitas de estudo.

Viseu - Portugal



Igreja da Misericórdia


Época deconstrução:

Data provável: 1510
Cronologia:1510


Descrição:
Igreja de beleza faustosa, enquadra o lado poente da praça que se estende a seus pés. Esta obra parece assumir o espírito da arquitectura do século XVIII, onde se verifica um forte ecletismo e, apesar da predominância do estilo Rocaille, transparece a arquitectura chã. Desenvolvida num registo horizontal, a fachada da Misericórdia apresenta um corpo central que se impõe, de maior altura, rematado por um frontão ondulante, coroado este por uma cruz; o desenho do frontão é acompanhado pela empenha que enquadra as armas reais. No centro deste corpo festivo abre-se o imponente portal, enquadrado por uma varanda com balaustrada e que comporta três grandes janelas que dão acesso ao coro alto. Nos panos laterais, divididos por pilastras e impondo uma certa simetria, rasgam-se duas janelas de sacada com balaústres, de cada lado, a que correspondem dois portais de singela moldura. Uma elegante balaustrada remata os corpos laterais, e sobre estes erguem-se as torres sineiras de corochéus aligeirados pelo chanfro do granito, conferindo ao edifício uma ténue verticalidade. A Igreja, no seu interior, desenvolve-se em volumes diferenciados. Apresenta uma única nave e capela-mor, separados estes dois espaços por um arco cruzeiro, que se impõe pela nobre estrutura que termina num frontão curvo, decorado ricamente com motivos festivos. Data do século XIX. Os panos murários, tanto da capela-mor como da nave, são rasgados por portas e janelas de sacada com balaustrada, atenuando-se assim uma certa sobriedade e austeridade deste interior neoclássico. A linguagem deste estilo está também representada nos retábulos que datam do século XIX. Facilmente se identificam nestes retábulos elementos do vocabulário arquitectónico, como por exemplo o predomínio das linhas direitas e a contenção decorativa. No trono do retábulo-mor, qual trono eucarístico, assenta a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, que protege um par de pobres ajoelhados a seus pés, obra do século XVIII. Na nave, ainda se encontra a banqueta do órgão Barroco, recentemente destruído por um incêndio.


Viseu - Portugal





Alguns solares e monumentos da cidade de Viseu

Viseu - Portugal




História


As origens de Viseu antiga e nobilíssima cidade, perdem-se nas brumas do tempo. Aqui estanciaram homens das Idades remotas da pré-história e conviveram Celtas e Lusitanos: aqui se fixaram os Romanos em séculos de prosperidade e paz e por aqui passaram com maior ou menor detença hordas dos povos invasores: Suevos, Godos e Muçulmanos...
No tempo dos Suevos, em meados do século VI, já Viseu tinha os seus bispos, sufragâneos de Braga. Mais tarde, porém, com a chegada dos Muçulmanos e a derrocada do reino visigodo, o receio das violências dos infiéis obrigou-os a tomar o caminho do exílio e a refugiar-se nas longínquas montanhas das Astúrias. Seguiu-se um longo período nebuloso e trágico, raramente clareado por breves lampejos de paz.
Mudando frequentemente de mãos, ora em poder de cristãos, ora de maometanos, apenas no ano 1058 a cidade de Viseu, graças à arremetida vitoriosa de Fernando Magno, rei de Leão, logrou recuperar, definitivamente, a sua liberdade. Mas tão desmantelada ficou , foram tão fundas as feridas da rude ofensiva leonesa, que somente em 1147/1148- cem anos após a reconquista...- estava a Diocese em condições de sustentar bispo próprio. Durante tão longo interregno pontifical, foi a Dioceses governada pelos Bispos de Coimbra, por intermédio de Priores, o mais célebre dos quais, pelas suas virtudes foi S. Teotónio, patrono actual da Cidade.
Afastado para longe o perigo das razias mauritanas, pôde a população, enfim radicar-se sem sobressaltos e a Cidade refazer-se das cicatrizes e prosperar, de tal modo que, segundo Jaime Cortesão, foi Viseu um desses velhos centros urbanos que " rapidamente recuperaram o brilho transitoriamente perdido ou recrudesceram em actividade e diferenciação social ". Foram mais de três séculos de paz laboriosa e fecunda, brutalmente quebrada por fim, após 1383, quando, morto El-rei D. Fernando, o rei de Castela tentou fazer valer, pela força das armas, os seus direitos ao trono de Portugal. Então por ter seguido o partido do Mestre de Avis, passou Viseu a ser um dos alvos preferidos dos " corredores " castelhanos: mais de uma vez saqueada e queimada, a população escapou por milagre à chacina, barricando-se na Sé.
Cidade indefesa, à mercê da senha de Castela, foi assim das terras portuguesas que mais sofreram, para que Portugal continuasse livre...Mas teimou em sobreviver: qual nova " fénix " ressurgiu das próprias cinzas, mal começava a despertar no horizonte a alvorada de concórdia entre as duas nações peninsulares. Depois, ao longo da gesta heróica de quinhentos e seiscentos jamais a sua gente deixa de estar presente nos momentos mais altos da vida da nação: foi a Ceuta e Tânger, ao Brasil e à Índia...foi aos confins do Globo, mercadejar, combater, missionar...
Protegida por uma cinta de muralhas, servida por sete portas, a cidade desenvolveu-se como nunca, alindou-se. Levantou as abóbadas da Catedral, chamou Grão Vasco para seu vizinho e, orgulhosa de si, mandou esculpir nos portais, nas janelas e nas cornijas das suas casas em custosos e artísticos lavores, os sinais da sua prosperidade. É por isso que a cidade de Viseu pode justamente orgulhar-se de possuir, ainda hoje, um dos mais belos conjuntos do País, de casas, portais e janelas dos estilo gótico e manuelino, dispersos um pouco por todos os recantos, sobretudo nas típicas ruazinhas aconchegadas à Catedral.
O sol da glória, todavia, sumia-se rápido no ocaso, ao soar a hora fatal de Alcácer Quibir. A Nação decaída, prostrada, sem rei, sem honra, nem sombra seria daquilo que fora... Parecia morta, parecia perdida...eis, porém, rapidamente se ergue, bem viva e desperta ao clangor das aleluias de 1 de Dezembro de 1640. Luta e vence e de novo se levanta na aventura, agora nas florestas, nos sertões e montanhas dos confins do Brasil. Lá vêm outra vez as naus carregadas, não de especiarias da Índia, como outrora, mas de ouro e pedrarias raras das terras de Vera Cruz. Vêm a abarrotar de riquezas para El-rei D. João V...
Uma febre alta de renovação iria agora contagiar o País de lés-a-lés. Os artífices dos mais variados mesteres não terão mais os braços ociosos, insistentemente requeridos aqui e ali, presos aos seus compromissos. Capelas, igrejas, fontanários e velhos solares musguentos e bisonhos, alguns do tempo dos afonsinhos...tudo se refez ao impulso do novo estilo, com janelas de molduras e aventais lavrados, amplos salões luminosos, fortes cornijas onde antes, urnas e pináculos esquisitos implantados nos cunhais, gordas pedras de armas arrogantes, pesadamente coroadas... As irmandades e confrarias , à compita, erguem novos templos aos seus Santos patronos ou levantam-lhes retábulos de talha " à romana " , dourados de " ouro subido ". Pintam-se tectos à " bacarela ", em perspectivas audaciosas e enchem-se de lumes os autos tronos das igrejas onde se expõe o Santíssimo... Enfim, mais do que um estilo de arte religiosa ou profana, foi o Barroco um autêntico estilo de vida; estilo de vida que Viseu então adoptou também, cuidadosamente, de tal modo que a cidade profundamente marcada pelo dinamismo setecentista, ainda hoje conserva um " ar " barroco.
Todavia, cidade de existência mais que milenária, não podia deixar de reflectir no seu rosto vetusto o testemunho da passagem das sucessivas gerações. E eles aí estão, de facto, tais testemunhos: monumentos artísticos de todas as idades, felizmente poupados ao impiedoso desgaste dos séculos e à indiferença resultante dos Homens.

Marialva - Mêda - Portugal


Aldeia Histórica de Marialva
Marialva é hoje uma das dezasseis aldeias e freguesias do concelho de Mêda cujos vestígios monumentais guardam a memória de um passado bem mais importante do que à primeira vista parece deixar antever a quem a visita.
Marialva é sem dúvida um
legado histórico importantíssimo que chegou até aos nossos dias. Nele podemos reavivar as memórias da nossa história. É preciso que se continue a apostar na recuperação deste centro histórico. Essa recuperação contribuirá, certamente, para reanimar as nossas aldeias. Revitalizará a nossa terra de modo a acabar, cada vez mais, com as diferenças que nos afastam dos benefícios do progresso e da civilização. Não podemos deixar desaparecer as nossas terras.
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