“A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.”

25 de abril de 2008

Peso da Régua - Douro - Portugal


Peso da Régua - Douro - Portugal.



Lamego - Portugal




Cidade de Lamego


Cidade e sede de concelho do distrito de Viseu, situa-se na margem esquerda do rio Balsemão, no sopé nordeste da serra de Montemuro, 12 km a sul do rio Douro. Povoação de origem muito remota era um núcleo muito importante e chegou a ser sede de bispado no período suevo (século VI) e visigótico. Foi reconquistada aos Mouros, a título definitivo, por Fernando Magno em 1057. No século XIII, Lamego era um importante centro administrativo e económico, em parte relacionado com a fixação de um significativo núcleo de judeus que se dedicavam ao trabalho de metais, comércio e mesmo medicina. O concelho de Lamego (164 Km2), de topografia bastante acidentada, entre a serra de Montemuro e o Douro, é essencialmente agrícola. Produz vinhos afamados, fruta, cereais e carnes, nomeadamente porcos, de que se faz o saboroso presunto.
A cidade de Lamego, situada na zona vinhateira do Douro, conheceu um período de prosperidade (século XVIII a meados do XIX) ligado ao apogeu do vinho do Porto. Depois da filoxera e com a alteração dos circuitos comerciais, a cidade perdeu parte da função de entreposto, vivendo bastante da população flutuante que frequenta os estabelecimentos de ensino secundário e pela que presta serviço na importante unidade militar.
Possui destilarias de aguardente e importantes caves vinícolas, que, inclusivamente, produzem um vinho espumante muito apreciado. Do ponto de vista monumental, a cidade é muito rica. A
é um edifício muito antigo que foi sujeito a imensas e profundas alterações ao longo dos tempos. Da época medieval subsistem o castelo - o conjunto de muralhas, a torre de menagem quadrangular e a cisterna - e a igreja de Almacave , templo românico já fora dos muros. Dos finais do século XVI, princípios do XVII, embora com adornos interiores de talha barroca posteriores, são as igrejas de Santa Cruz e do Desterro . O período do Barroco é, de facto, o mais bem representado tanto na arquitectura civil - diversos palácios - como na religiosa. Merecem, no entanto, destaque o Paço Episcopal, hoje museu , e o Santuário da Senhora dos Remédios , situado na colina fronteira ao morro do castelo, com uma escadaria monumental e a igreja já rocaille, porque a construção, iniciada nos meados do século XVIII, se prolongou até ao XX.
XVIII, se prolongou até ao XX.

Lamego - Portugal



Santuário de N. S. dos Remédios


No sítio onde está situado actualmente o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios existia antigamente outro local de diversão: desde 1361 que o povo acorria à capelinha dedicada a S.to Estêvão, peregrinando ao longo do desnível de 600 metros até atingir o cimo do monte. Em meados do Séc. XVI o pequeno templo ameaçava ruínas, o que levou o Bispo da cidade, D. Manuel de Noronha, a mandar construir nova igreja, à qual acrescentou nova devoção: uma imagem da virgem com a menina ao colo, que mandara trazer de Roma por ser considerada na «cidade santa» como grande remediadora dos males de que os crentes se lhe queixavam. Mas enquanto a virgem ia respondendo aos apelos dos crentes aflitos, conseguindo remédio para os seus males, o santo parece ficar esquecido das súplicas dos devotos, caindo no esquecimento.
No dia 4 de Agosto de 1748 foi eleita uma comissão para constituição da confraria que deveria providenciar a edificação de um Santuário dedicado, em exclusivo, à famosa Senhora dos Remédios. Dois anos depois, no dia 14 de fevereiro, procedia-se ao lançamento da primeira pedra para a construção. Entretanto, arrastaram-se as obras devido à sumptuosidade que lhes foram querendo imprimir, tendo apenas terminado em setembro de 1905. O altar-mor ostenta um trono com a imagem da Nossa Senhora dos Remédios. Os dois altares laterais são dedicados aos pais da virgem , São Joaquim e Santa Ana. Os azulejos que recobrem as paredes contam a História da virgem e estão assinados por Miguel Costa, de Coimbra. Atente na decoração da fachada: cada espaço possível foi ocupado, não deixando nenhuma parte da parede vazia. Atreva-se a descer o escadório composto por 686 degraus. O primeiro patamar, conhecido por Pátio dos Reis, representa 18 monarcas e sacerdotes de Israel pertencentes à árvore genealógica da Virgem. A decoração de cada patamar e as sucessivas variações de perspectiva, ajudarão a amenizar a peregrinação. E lembre-se que ainda mais difícil seria subi-los... Se visitar Lamego em Setembro, saiba que, entre os dias 6 e 8, se realiza a grande romaria iniciada por D. João VI, considerada a «romaria de Portugal». Um dos momentos altos de festa em honra da Senhora dos Remédios é a procissão do Triunfo: O andor é transportado por juntas de bois, com os carros magnificamente engalanados.
Ao fundo do escadório abre-se a Avenida Dr. Alfredo de Sousa. Dir-se-iam duas artérias diferentes, devido a uma placa central separadora decorada com esculturas, colocadas em espelhos de água. Essas figuras que aí estão representam as 4 Estações do Ano.
No final da avenida existem igualmente mais duas figuras femininas que seguram potes de onde jorram água. Essas figuras pela forma de como foram esculpidas levaram a chama-las de «cochichos», visto estas darem a entender que estão a falar uma ao ouvido da outra.






Cidade de Lamego

20 de abril de 2008

O Palácio da Pena - Sintra - Portugal






O Palácio da Pena


O Palácio da Pena. ou «Castelo da Pena» como na gíria popular é mais conhecido, constitui o mais completo e notável exemplar da arquitectura portuguesa do Romantismo. Está situado num dos cumes fragosos da Serra de Sintra e integra-se de modo inesperadamente feliz no seu tecido natural de verdura e penedia, atestando as potencialidades estéticas do projecto. O Palácio remonta a 1839, quando o rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha (1816-1885) adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a palacete, segundo a sua apurada sensibilidade de romântico.

Chamado a dirigir as obras, o Barão de Eschewege levou à pratica as intenções revivalistas do soberano, erguendo em torno das ruínas entretanto restauradas um magestoso «pastiche» inspirado nos palácios e castelos da Baviera. Fantasiosa em extremo, a fábrica arquitectónica da Pena colhe nos «motivos» mouriscos, góticos e manuelinos da arte portuguesa muito da sua inspiraçáo, bem como no espírito Wagneriano dos Castelos Schinkel do Centro da Europa. Notar que, do anterior convento do século XVI foram preservados o claustro manuelino e na capelal um célebre retábulo renascentista do escultor Nicolau Chanterene.

Palácio Nacional de Sintra - Sintra - Portugal




Palácio Nacional de Sintra



Localizado na
freguesia sintrense de São Martinho, o Palácio Nacional de Sintra (também conhecido como Palácio da Vila) foi palácio real e é hoje propriedade do Estado português, que o utiliza para fins turísticos e culturais. É um palácio urbano, cuja construção iniciou-se no século XV, sendo o autor desconhecido.
Apresenta traços de arquitectura
medieval, gótica, manuelina, renascentista e romântica. É considerado um exemplo de arquitectura orgânica, de conjunto de corpos aparentemente separados, mas que fazem parte de um todo articulado entre si, através de pátios, escadas, corredores e galerias.
O Palácio foi utilizado pela família real portuguesa praticamente até ao final da
Monarquia, em 1910.

Evolução
Foi reedificado no
século XV por D. João I, apesar da existência de um outro palácio mais rudimentar que terá sido doado pelo rei D. João I ao conde de Seia, em 1383, voltando para a posse real pouco depois.
Em
1489 foi iniciada uma campanha de obras que visaram aligeirar a massa da construção e enriquecer a decoração interior, aplicando-lhe azulejos andaluzes. Entre 1505 e 1520 ergueu-se a chamada ala manuelina e, em 1508, teve início a construção da Sala dos Brasões.
Durante o reinado de
D. João III (meados do século XVI), edificou-se o espaço entre as alas joanina e manuelina. No século XVII, sob a orientação do conde de Soure, procedeu-se a obras de alteração e ampliação e, entre 1683 e 1706 (reinado de D. Pedro II), renovaram-se as pinturas dos tectos de alguns compartimentos.
Em
1755 foram realizadas importantes obras de restauro, no seguimento dos danos causados pelo terramoto, e edificada a ala que vai do Jardim da Preta ao Pátio dos Tanquinhos. Nova campanha de decoração foi levada a cabo em 1863.
Nos últimos anos do regime monárquico foi a residência de verão da rainha-mãe
D.Maria Pia de Sabóia, a última habitante régia do Paço da Vila de Sintra. Aqui tiveram lugar várias recepções oferecidas pela rainha-mãe aos estadistas que visitavam o seu filho, como o Imperador da Alemanha, Guilherme II ou o Presidente Loubet de França, entre outros.
O palácio foi classificado como
Monumento Nacional em 1910.

Palácio Nacional de Sintra - Sintra - Portugal




Douro - Portugal




Cascata na margem direita do Douro - Douro Superior - Portugal



18 de abril de 2008

Rio Tua - Portugal


Rio Tua

Afluente da margem direita do rio Douro onde desagua junto à localidade de Tua (com o mesmo nome do rio), o rio Tua resulta da junção de dois outros rios: o rio Tuela e o rio Rabaçal. A junção ocorre a 3 quilómetros a norte da cidade de Mirandela. O Rio Tuela e o Rio Rabaçal nascem em Espanha, sendo que o Tuela nasce em Castela-Leão e o Rabaçal na Galiza, entrando ambos em Portugal através do concelho de Vinhais. Os dois rios têm uma extensão semelhante, e ambos contam com dois afluentes que correm paralelos a eles, também estes com distâncias semelhantes: o Rio Mente no Rabaçal, e o Rio Baceiro no Tuela. A foz destes rios afluentes localizam-se também no concelho de Vinhais. O Rio Mente faz inclusivamente num breve trecho do seu curso a fronteira entre Portugal e Espanha, na zona portuguesa de Vinhais denominada de Lomba. O Baceiro por seu lado delimita também numa distância reduzida os concelhos de Vinhais e de Bragança, numa zona que envolve uma das maiores manchas de carvalho da Península Ibérica. Os rios Tuela e Rabaçal seguem os seus cursos paralelos um ao outro, seguindo o primeiro de Vinhais para o concelho de Mirandela, e o segundo de Vinhais para os concelhos de Valpaços e de Mirandela.
O rio Tua tem sido um rio muito mal tratado. Para além das descargas dos esgotos residenciais, no
Cachão (aldeia situada a 13 kms a sul de Mirandela) ainda hoje o rio recebe, sem qualquer tratamento, o que sai pelos esgotos das empresas que se instalaram no ex-Complexo Agro-Industrial do Cachão (com excepção para o Matadouro industrial, que ao fim de muitos anos tem uma ETAR em funcionamento).
Com uma vista deslumbrante, pode ser contemplado em todo o seu esplendor numa viagem de comboio na
Linha do Tua, entre Mirandela e a aldeia do Tua, junto à foz do Rio Tua no Douro. Esta linha ficará submersa se for construída a barragem prevista para 2009 o que constituirá uma perda irreparável. É considerada uma das mais bonitas do mundo.

17 de abril de 2008

Igreja matriz de S. Bartolomeu - Vila Flor - Portugal




Trata-se de uma igreja barroca que combina elementos decorativos de tradição maneirista. O frontispício é forrado a azulejos de padrão a azul e branco e flanqueado por duas torres sineiras. O portal, de verga recta, é ladeado por dois colunelos pseudo-salomónicos assentes num pedestal ricamente decorado; enquadra-o decoração exuberante em volutas e rendilhado de ambos os lados. O lintel recebeu quatro estrelas de oito pontas. Coroa o portal um frontão curvo interrompido, com nicho ao centro e dois pináculos laterais. Entre o lintel e o frontão apresenta ainda quatro cabeças de anjo. O nicho, com colunelos pseudo-salomónicos, alberga a imagem de São Bartolomeu e é rematado com um pequeno frontão curvo coroado por pináculos.No interior, tem um coro-alto em abóbada de berço e com balaustrada em granito e, ao centro, uma grande cruz com a imagem de Cristo. A nave possui quatro capelas colaterais com retábulos de talha policroma e, no lado da Epístola, um púlpito quadrado com base pétrea. A capela lateral, dos Viscondes de Sampaio, tem pedra de armas e pedra sepulcral com inscrição. A capela-mor tem um retábulo de talha policroma com tela central. O pavimento é em granito e o tecto é de madeira de perfil curvo com caixotões pintados.

Vila Flor - Portugal






Vila Flor
Vila Flor é a sede do concelho. Antigamente denominada de Póvoa de Além Sabor viu o seu nome mudar aquando da passagem de D. Dinis por estas terras. Achando ele este lugar belo e formoso, baptizou-o de Vila Flor e concedeu-lhe um Foral em 24 de Maio. O povoamento de Vila Flor é remoto, remonta à época castreja. Podem-se ver vestígios de um Habitat Romano na Quinta dos Castelares. Foram encontrados nesse lugar, muita cerâmica e outros objectos.
Durante a época medieval foi erguido um Castelo defensivo que tinha por objectivo defender as populações e constituir uma primeira barreira aos ataques vindos de Castela. Dessa fortaleza restam poucos vestígios a não ser uma parte do muro e as chamadas Portas da Vila ou Arco de D. Dinis. Está este imóvel classificado de interesse público. Vila de passado riquíssimo aos níveis artístico, religioso e senhorial.
No largo da Igreja Matriz encontra-se o Pelourinho símbolo da autonomia administrativa desta vila. É símbolo deste concelho e considerado também imóvel de interesse público. Do seu espólio religioso destacam-se a Igreja Matriz, dedicada a S. Bartolomeu. Foi construída no , séc. XVIII, substituindo uma anterior demolida em 1708. Apesar de toda ela ser digna de nota é de destacar, especialmente, o Altar Mor em talha do séc. XVIII, com um painel da autoria de um artista local, Manuel de Moura. Aquando da reconstrução da Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia foi durante algum tempo a Matriz desta localidade. Muito antiga foi ampliada no séc. XVIII.
Mas o espólio religioso não se "resume somente ás Igrejas, as Capelas ocupam também um lugar importante. O maior destaque vai para o Santuário da Senhora da Lapa, situado na Serra do F acho e constituído por várias Capelas. De entre elas destaca-se a Ermida da Senhora da Lapa, construída em grande parte na gruta natural de xisto, onde, segundo a tradição, apareceu Nossa Senhora da Lapa. Ao lado deste Santuário fica o miradouro que nos proporciona uma bela panorâmica sobre a vila e Parte do Vale da Vilariça. Outras Capelas se nos apresentam apesar de simples não deixam de se belas e dignas de realce: a Capela de Santa Luzia, capela românica tardia; Capela de S. Sebastião, construída no séc. XVI por promessa de D. Manuel I; a Capela de Nossa senhora da Veiga, Capela barroca situada no cemitério situada na praça da República está Ermida do Senhor Stº Cristo da Agonia. Em Vila Flor existem vários Solares Brasonados, destacando-se de entre eles três: o Solar dos Capitães -Mores, do séc. XVIII, está armoriado com a armas dos Morais e Castro; o Solar do Lemos é joanino e setecentista, te uma capela; o Solar mais antigo dos três é o do Paço, do séc. XVII, está armoriado com as armas dos Sampaios, que foram donatários da vila.
Dignos de nota são uma série de ruas: a rua do Saco; a rua das Portas da Vila; a rua Nova (foi rua dos mercadores até ao séc. XVIII) e a Portela, bairro construído por casa muito típicas de xisto e alguns pormenores manuelinos. Considerada imóvel de interesse público, a Fonte Romana fica situada à entrada de Vila Flor junto à Escola EB 2,3/S. Na época estival a vila enche-se de vida, tudo isso devido aos turistas que vêm passar uns dias sossegados ao Parque de Campismo, um local aprazível onde o contacto com a Natureza é uma constante, visto estar rodeado por floresta. Fica situado a 3 km de Vila Flor, na zona do Peneireiro , junto à Barragem Engº Camilo de Mendonça. Tem um circuito de manutenção e é uma zona de pesca. Os utentes do Parque podem também desfrutar do campo de ténis e um campo de futebol cinco. Está também nesta zona a Piscina Municipal, um parque de merendas e um mini jardim zoológico. .Vila Flor quis homenagear com uma estátua o monarca que lhe deu o nome e por isso mandou-lhe erguer uma estátua, e lá está D.Dinis todo imponente para receber todos o que passam por Vila Flor.

14 de abril de 2008

Muxagata - Vila Nova de Foz Côa - Portugal






- Centro de Interpretação da Muxagata, Parque Arqueológico do Vale do Côa
Localizado em Muxagata (Vila Nova de Foz Côa),
-Pelourinho de Muxagata
O PELOURINHO - do século XV1, dentro da Arte Manuelina, imóvel de interesse público (D.L. Nº 23 122 de 11/10/1933). Está assente em degraus poligonais; a coluna é oitavada; cabeça em gaiola estilizada, devido à altura dos colunetos, rematada por esfera armilar.
- CRUZEIRO ALPENDRADO - do século XVII. Tem o capitel rematado por crucifixo com figuração de Cristo. Coroamento piramidal e gárgulas de canhão.

Muxagata - Vila Nova de Foz Côa - Portugal






Muxagata (Vila Nova de Foz Côa)

Muxagata é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Nova de Foz Côa, com 27,36 km² de área e 403 habitantes (2001). Densidade: 14,7 hab/km².
Foi vila e sede de concelho até ao início do
século XIX. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 697 habitantes.

Penedono - Castelo - Portugal


Castelo de Penedono

O Castelo de Penedono, também referido como Castelo do Magriço, na Beira Alta, localiza-se na povoação, Freguesia e Concelho de Penedono, no Distrito de Viseu, em Portugal.
Em posição dominante sobre a povoação, esta pequena estrutura medieval constitui-se em um misto de fortificação defensiva e residência senhorial.

História
Antecedentes
A ocupação humana do seu sítio certamente remonta a época pré-romana, embora não seja possível afirmá-lo com exatidão.
O castelo medieval
As fontes documentais mais antigas mencionam esta área apenas à época da Reconquista cristã da península Ibérica aos mouros, a propósito do repovoamento da região após a vitória das forças de Ramiro II de Leão na batalha de Simancas (939). A defesa desta parte do território foi confiada a Rodrigo Tedoniz, marido de Leodegúndia (irmã de Mumadona Dias) com quem gerou D. Flâmula (ou Chamoa Rodrigues). Rodrigo viria a ser alcaide dos castelos do soberano e, nessa função, teria determinado a reedificação do Castelo de Penedono. Posteriormente, em 998 da Era Hispânica (960 da Era Cristã), Chamoa Rodrigues, achando-se gravemente enferma, fez-se conduzir ao Mosteiro de Guimarães, instituindo como testamenteira a sua tia Mumadona, com o encargo de dispor de seus bens para fins de beneficência. Entre eles, incluía-se uma série de castelos e respectivas gentes (penellas et populaturas) na fronteira da Beira Alta, entre os quais este, de Penela.
Durante o
século XI, ao sabor dos avanços e recuos das fronteiras cristãs, Penedono e o seu castelo mudaram de mãos em diversas ocasiões. A sua reconquista definitiva deveu-se à ação do rei leonês Fernando Magno (1064). Um inventário dos bens do Mosteiro de Guimarães, lavrado em 1095, relaciona o Castelo de Penedono entre outros bens anteriormente legados por D. Chamoa. Com a emancipação política de Portugal, os seus domínios passaram a integrar os da jovem nação. D. Sancho I (1185-1211), ante a situação estratégica de Penedono, próxima à linha fronteiriça, incentivou o repovoamento dessas terras através de Foral (1195), ao mesmo tempo em que determinava a reconstrução das suas defesas. O seu sucessor, D. Afonso II (1211-1223) confirmou-lhe o foral em 1217. A povoação e o seu castelo também tiveram a atenção de D. Dinis (1279-1325), que lhe determinou reforços na defesa.
A atual configuração do castelo remonta aos fins do
século XIV, quando D. Fernando (1367-1383) incluiu a povoação no termo de Trancoso. Diante da intenção da edilidade de arrasar o Castelo de Penedono, os homens-bons desta vila insurgiram-se, logrando a sua autonomia. Esses domínios foram então doados a D. Vasco Fernandes Coutinho, senhor do couto de Leomil, que fez reconstruir o castelo.
No contexto da
crise de 1383-1385, tendo falecido na Primavera de 1384 o alcaide de Penedono, Vasco Fernandes Coutinho, sucedeu-o na função o seu filho, Gonçalo Vasques Coutinho. Leal ao partido do Mestre de Avis, foi-lhe confiado, no início de 1385 o encargo de chefiar as forças do Porto que conquistaram o Castelo da Feira. Posteriormente, distinguiu-se, por mérito, na batalha de Trancoso (Maio de 1385), o que lhe valeu a promoção ao posto de marechal. Acredita-se que, no Castelo de Penedono, tenham nascido os filhos deste alcaide e, dentre eles:
o primogênito,
Vasco Fernandes Coutinho, 1º conde de Marialva, que integrou a malfadada expedição a Tânger (1437); e
Álvaro Gonçalves Coutinho, o cavaleiro alcunhado Magriço, herói da narrativa dos Doze Pares de Inglaterra, imortalizado por Camões no Canto VI de Os Lusíadas.

Os descendente do conde de Marialva mantiveram interesses no Castelo de Penedono, a saber: D.
Gonçalo Coutinho, que herdou o titulo condal, e D. Fernando Coutinho, ambos integrantes da segunda expedição a Tânger (1464), onde o primeiro perdeu a vida; os seus netos, D. João Coutinho, 3º conde de Marialva, e D. Francisco Coutinho, 4º Conde de Marialva por sucessão de seu irmão, falecido sem descendência, ambos integrantes da expedição que conquistou Arzila (1471), que ao primeiro custou a vida.
Sob o reinado de
D. Manuel I (1495-1521), a vila recebeu o Foral Novo (1512), o que atesta a sua importância à época. Foram realizadas, nesta conjuntura, novas obras no castelo, para o que terá contribuído a influência do 4º conde de Marialva, vedor das obras reais na Beira, cuja filha única, D. Guiomar Coutinho, desposou o infante D. Fernando. Falecendo o conde sem descendência, e sua filha, dois anos depois, também sem descendência, extinguiu-se a família Coutinho.
Do século XVII aos nossos dias
Os domínios de Penedono e seu castelo são referidos, no século XVII, associados aos Lacerda, que então usavam honoríficamente o título de seus alcaides-mores.
O castelo foi visitado por
Alexandre Herculano em 1812, que o descreve, à época, como já em ruínas.
No
século XX, foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.
Em
1940, no âmbito das comemorações dos Centenários, promovidas pelo Estado Novo português, o castelo foi alvo de intervenções de consolidação e restauro de panos de muralhas e de torres, parcialmente reconstruídos, a cargo da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Novos trabalhos tiveram lugar em 1943 e em 1953, permitindo que o conjunto chegasse até aos nossos dias relativamente bem conservado, mas ainda carecendo de obras em seu interior.
Características
Na cota de 930 metros acima do nível do mar, nada sabemos de suas primitivas configurações. O atual castelo, de pequenas dimensões (com perímetro externo de cerca de 70 metros), data do final do século XIV, com complementos datando da passagem do século XV para o XVI.
Com a função de Solar, apresenta planta hexagonal irregular, com os panos laterais de
muralhas ressaltados e protegidos por ameias piramidais. Em pedra de granito e xisto, no setor noroeste, a muralha é reforçada por um cubelo defensivo. Dois outros robustos torreões prismáticos, com contrafortes e mísulas, são coroados por ameias piramidais. No setor sudoeste da muralha destacam-se dois torreões esguios, coroados de ameias piramidais reentrantes, ladeando e protegendo a porta principal do castelo, encimada por um arco pleno que une ambos os torreões defensivos. Por esta acede-se a praça de armas, de pequenas dimensões. Nas suas paredes, observam-se os vestígios das bases do travejamento de madeira dos pisos residenciais, sendo as paredes rasgadas por janelas quadradas ladeadas por bancos de pedra. Num dos ângulos da praças de armas, sob a torre de menagem, inscreve-se a cisterna, de seção poligonal, recoberta por abóbada em cruzaria de ogivas.
O conjunto é completado por uma pequena
barbacã, cuja cortina é rasgada por uma porta em arco ogival e pelo adarve.
Curiosidades
Embora não haja muito a ver no interior deste pequeno castelo, além da magnífica paisagem que se descortina do alto de seus muros, caso o mesmo se encontre fechado, a chave encontra-se na pequena loja vizinha ao pelourinho da vila.
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