Sé Velha de Coimbra
A Sé Velha de Coimbra é o um dos edifícios em estilo românico mais importantes de Portugal. A construção da Sé começou em algum momento depois da Batalha de Ourique (1139), quando Afonso Henriques declarou-se rei de Portugal e escolheu Coimbra como capital do reino. Na Sé está sepultado D. Sesnando, Conde de Coimbra. Atribui-se o projeto da Sé românica a mestre Roberto, de possível origem francesa, que dirigia a construção da Sé de Lisboa na mesma época e visitava Coimbra periodicamente. A direcção das obras ficou a cargo de mestre Bernardo, também possivelmente francês, substituído por mestre Soeiro, um arquitecto que trabalhou depois em outras igrejas na diocese do Porto. A Sé Velha de Coimbra é a única das catedrais portuguesas românicas da época da Reconquista a ter sobrevivido relativamente intacta até os nossos dias. A Sé Velha e, em menor grau, as Igrejas de Santiago e São Salvador, são expoentes da fase alfonsina do românico coimbrão. Vista do exterior, a Sé Velha lembra um pequeno castelo, com muros altos coroados de ameias e com poucas e estreitas janelas. A aparência de fortaleza é comum às catedrais da época e explica-se pelo clima bélico da Reconquista. O aspecto mais notável da decoração românica da Sé Velha é o grande número de capitéis esculpidos (cerca de 380), que a converte em um dos principais núcleos da escultura românica portuguesa. Os motivos são entrelaços geométricos e vegetalistas de influência árabe ou pré-românica, assim como quadrúpedes e aves enfrentadas. Praticamente não há representações humanas, e não há nenhuma cena bíblica. A ausência de figuras humanas é, talvez, consequência de os artistas serem moçárabes (cristãos arabizados) que se haviam estabelecido em Coimbra no século XII. No século XIX todo o edifício foi objecto de uma campanha restauradora que visou devolver-lhe a pureza medieval original, objectivo depois continuado na primeira metade do século XX.
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