“A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.”

24 de maio de 2008

Viseu - Portugal



Igreja da Misericórdia


Época deconstrução:

Data provável: 1510
Cronologia:1510


Descrição:
Igreja de beleza faustosa, enquadra o lado poente da praça que se estende a seus pés. Esta obra parece assumir o espírito da arquitectura do século XVIII, onde se verifica um forte ecletismo e, apesar da predominância do estilo Rocaille, transparece a arquitectura chã. Desenvolvida num registo horizontal, a fachada da Misericórdia apresenta um corpo central que se impõe, de maior altura, rematado por um frontão ondulante, coroado este por uma cruz; o desenho do frontão é acompanhado pela empenha que enquadra as armas reais. No centro deste corpo festivo abre-se o imponente portal, enquadrado por uma varanda com balaustrada e que comporta três grandes janelas que dão acesso ao coro alto. Nos panos laterais, divididos por pilastras e impondo uma certa simetria, rasgam-se duas janelas de sacada com balaústres, de cada lado, a que correspondem dois portais de singela moldura. Uma elegante balaustrada remata os corpos laterais, e sobre estes erguem-se as torres sineiras de corochéus aligeirados pelo chanfro do granito, conferindo ao edifício uma ténue verticalidade. A Igreja, no seu interior, desenvolve-se em volumes diferenciados. Apresenta uma única nave e capela-mor, separados estes dois espaços por um arco cruzeiro, que se impõe pela nobre estrutura que termina num frontão curvo, decorado ricamente com motivos festivos. Data do século XIX. Os panos murários, tanto da capela-mor como da nave, são rasgados por portas e janelas de sacada com balaustrada, atenuando-se assim uma certa sobriedade e austeridade deste interior neoclássico. A linguagem deste estilo está também representada nos retábulos que datam do século XIX. Facilmente se identificam nestes retábulos elementos do vocabulário arquitectónico, como por exemplo o predomínio das linhas direitas e a contenção decorativa. No trono do retábulo-mor, qual trono eucarístico, assenta a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, que protege um par de pobres ajoelhados a seus pés, obra do século XVIII. Na nave, ainda se encontra a banqueta do órgão Barroco, recentemente destruído por um incêndio.


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