“A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.”

4 de julho de 2008

S. Pedro do Sul - Portugal





Termas de S. Pedro do Sul


A ocupação humana da zona das actuais Termas remonta a épocas muito remotas, que não será possível localizar com muita exactidão, no entanto as referências históricas existentes são notáveis, sendo de referir os testemunhos castrejos presentes, pela sua importância e representatividade, nas imediações deste espaço. Supõe-se que este terá sido o ponto de partida para que os romanos, conhecedores das propriedades curativas das águas minero-medicinais, iniciassem a construção do "Balneum", constituído por quatro estruturas designadas por "Tepidarium (banho de transição) Sudatarium (banho de vapor), Caldarium (banho de água quente) e Laconicum (estufa seca)".
A edificação do conjunto termal, na margem esquerda do rio Vouga, é atribuída aos Romanos, a comprovar temos não só o termo - "Balneum" denominação da qual proveio a palavra Banho, nome pelo qual ficou conhecido o lugar após a saída daqueles povos - como também a existência de importantes ruínas e vestígios arqueológicos. A realização de várias escavações arqueológicas, iniciadas em 1985, permitiram a descoberta de vários fustes e capitéis de grandes colunas jónicas, várias piscinas e numerosas medalhas com as efígies de Constantino e Trajano, bem como uma inscrição votiva ao Deus Mercúrio.
Com a queda e desmembramento do Império Romano segue-se um interregno na vida das Caldas Lafonenses, denominadas deste modo a partir do Séc.XII. Sabe-se que, depois desta data, foram frequentadas por ilustres figuras da corte portuguesa, de entre as quais se destaca D. Afonso Henriques, que em 1152 concedeu foral à Vila do Banho, elevando-a desta forma a concelho, mais tarde a “Couto do Reino” e, posteriormente a “Couto de Honra”. O concelho do Banho foi um dos mais antigos do reino e, sendo a terra mais antiga de Lafões, podemos deduzir que tenha sido, durante muito tempo, a sua capital.Em Setembro de 1169, o Rei Fundador já se encontrava em terras de Lafões, a fim de tratar a fractura que sofrera numa perna, após uma retirada precipitada, durante a Batalha de Badajoz. Aqui terão sido lavrados e aprovados documentos de extrema importância, referentes à organização e administração do reino. A presença de D. Afonso Henriques vai alterar grandemente o funcionamento e a vida das Caldas Lafonenses, a tal ponto que estas vão ficar associadas ao nosso primeiro soberano. Depois da vinda de D. Afonso Henriques e do êxito que as águas haviam produzido aos seus males, aumentou o número de nobres e plebeus, de ricos e pobres, que procuraram a cura para os seus achaques na água termal da “Vila do Banho”. Com D. Manuel I, as Caldas do Banho sofreram várias alterações e ao conjunto passa a chamar-se “Hospital Real das Caldas de Lafões”, devido à edificação de um Hospício, construído a mando do Rei Venturoso. Em 1515 foi dado, pelo monarca, novo e mais importante foral à Vila do Banho. Certo é que as Caldas Lafonenses obtiveram grande êxito e distinção com a cura do nosso primeiro Rei e com a posterior estadia de D. Manuel, no entanto o que as destaca e as impõe à consideração médica é, sem dúvida, o facto destas serem as primeiras Termas, do nosso país, a serem submetidas ao estudo científico de um médico.

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