Barca Serrana
O Rio Mondego foi no passado uma via fluvial muito importante, desempenhando um papel de relevo no comércio da região. Penacova estava integrada no percurso fluvial, com vários portos, sendo a Raiva o mais importante centro de embarque e desembarque de produtos.
A vida de muitos habitantes da região, sobretudo das povoações ribeirinhas, estava intimamente ligada ao rio. Como afirmou António Luís de Sousa Henriques Seco, nas “Memórias Histórico-chorográphica do distrito de Coimbra”, “A indústria principal do concelho é a navegação do Mondego a que se entrega grande parte dos seus naturaes, conduzindo do centro da província para a Figueira da Foz ou d’esta para aquella particularmente estes géneros: sal, vinho azeite alem d’outros effeitos”.
A barca serrana era o meio de transporte destas mercadorias e pessoas, entre Penacova, Coimbra e Figueira da Foz.
Esta barca terá sido inspirada em modelos da Mesopotânia, e é da família dos barcos da ria de Aveiro.
O nome “serrana” deve-se ao facto de ir da serra carregada de lenha, carqueja e ramalheira, que era vendida ao cento para os fornos das padarias. Para além destes produtos, eram levados para Coimbra e Figueira da Foz: vinho, milho, azeite, carvão vegetal, telha e cal. Na volta vinha carregada de sal, peixe, arroz e louça.
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